A Papilomatose Canina é uma enfermidade infecto-contagiosa causada por vírus do gênero Papilomavírus. Esse vírus possui simetria icosaédrica, constituídos por DNA de fita dupla, pequenos e não envelopados. O Papilomavírus apresenta termoestabilidade e são resistentes ao pH ácido, ao éter e solvente lipídicos.
É uma doença de caráter neoplásico caracterizada pelo aparecimento de papilomas, os quais são tumores epiteliais benignos. As lesões tumorais podem ocorrer de forma isolada ou múltipla, localizadas principalmente na região oral (lábios, língua, gengivas, palato, faringe), genital, cutânea e ocular (pálpebras e córneas). Quanto ao tamanho, os tumores variam desde pequenos nódulos com apenas 0,5cm de diâmetro até grandes massas.
A ocorrência da Papilomatose não está relacionada a fatores predisponentes tais como sexo, raça e sazonalidade, entretanto é mais frequente em filhotes e animais jovens. Animais adultos são acometidos quando se apresentam imunossuprimidos.
A transmissão ocorre através de contato direto ou indireto com secreções ou sangue provenientes das lesões. Os tumores desenvolvem-se entre um a cinco meses e na maioria dos casos regridem espontaneamente entre quatro a oito semanas pós-infecção.
As lesões raramente podem progredir para forma maligna, como por exemplo, o carcinoma de células escamosas. A mortalidade da doença é baixa, exceto em casos de complicações secundárias que comprometam o estado geral do animal, tais como dificuldades na deglutição e obstrução faringeana.
Quando a enfermidade acomete a cavidade oral, observam-se os seguintes sinais clínicos: ptialismo, halitose, hemorragia. Como complicação pode-se observar também infecção bacteriana secundária com presença de secreção purulenta.
O diagnóstico dessa enfermidade é baseado nos achados clínicos, embora outros métodos disponíveis também possam ser utilizados. Dentre eles podemos destacar a detecção viral, histopatologia, imunohistoquímica e a microscopia eletrônica.
Há controvérsias a respeito do protocolo terapêutico da Papilomatose Canina. Varios métodos são utilizados, mas não há protocolo terapêutico descrito como eficiente e que possa ser indicado com reprodutibilidade de resultados.
Dentre os vários protocolos disponíveis podemos citar ressecção cirúrgica, fármacos antivirais, vacinas autócnes ou fármacos imunomoduladores.
Excisão cirúrgica ou criocirurgia são métodos utilizados em casos de papilomas cutâneos, orais ou conjuntiva, porém tais métodos não são indicados em papilomas de córnea.
Para o controle da doença medidas simples devem ser adotadas como o isolamento dos animais acometidos e evitarem adquirir animais que apresentem lesões e que sejam provenientes de criatórios com histórico da doença. Embora não exista nenhuma vacina comercialmente disponível, sabe-se que imunizações subsequentes com vacina autócne ou recombinantes podem ser utilizadas na prevenção da Papilomatose Canina.
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